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Do sem vergonha à Castellana


Alex Garcia colabora com a Semana da Pessoa com Deficiência

O São-luizense, Alex Garcia, Pessoa Surdocega e Especialista em Educação Especial, colaborou de 21 a 28 de agosto com a Semana da Pessoa com Deficiência palestrando m Santana do Livramento e Cândido Godoy.

Alex Garcia é uma pessoa falante, que em um primeiro momento não deixa transparecer as suas limitações: a falta de visão e audição. Mas nem mesmo estas limitações fizeram com que este jovem não vencesse na vida e, hoje, ministre palestras em várias cidades, sempre abordando temas como a acessibilidade e exclusão. Dono de um extenso currículo acumula diversas atividades. Tanto em Livramento quanto em Cândido Godoy, Alex desenvolveu profundas reflexões.


Foto 1 - Apesar das limitações auditivas e de visuais, Alex Garcia conseguiu interagir com o público presente. Foto: Jornal “A Platéia” de Santana do Livramento

Exclusão social
Alex reflexionado o tema exclusão social vai fundo nas origens do fato, “a primeira atitude excludente que aconteceu na face da terra foi cometida por Deus, quando criou o inferno e mandou o diabo pra lá”. Mas o que eu quero dizer com isso? “Quero dizer que a inclusão e a exclusão são matérias de controle, O diabo, não desejava ser controlado por Deus e por sua rebeldia foi expulso. No mundo atual estamos cercados de deuses, e nós temos que seguir rigorosamente o que eles dizem, senão, somos excluídos e mandados para o inferno”.


Foto 2 - Alex Garcia e integrantes do Conselho de Direitos e da Associação de Santana do Livramento

Alex acrescentou que a única maneira da Pessoa com Deficiência  conquistar seu espaço na sociedade é construindo uma identidade sólida. “Para construir uma identidade sólida sendo Pessoa com Deficiência, o primeiro passo a ser dado é entender como a questão funciona. A sociedade pressupõe a identidade das Pessoas com  deficiência, que não conseguem se livrar desta pressuposição que as marca por toda sua história, e ficam com o estigma de coitadinhas, pedintes entre outros. A sociedade quando me enxerga na rua, não dá um real, geralmente é assim. Quando vêem um cego ou uma cadeirante, falam: “coitadinha…”. Isso é real. Acontece sempre. Nunca falam nada para nos levantar, somente nos diminuem”, relata.

Ele destacou que as pessoas devem ser avaliadas por seu caráter e suas atitudes e não pelo que aparentam ser. Para ele, a limitação de uma Pessoa com Deficiência  não está na sua parte física, mas na sua capacidade de poder ser útil, e para isso, é necessário que todas, recebam oportunidades iguais de poder mostrar suas qualidades. Mas, para isso, deve haver a inclusão.

A vergonha

Alex debateu com os presentes em ambas as cidades a questão da vergonha. “As Pessoas com Deficiência sentem vergonha de serem como são e isso é bastante sério”. É esta vergonha que nos escraviza e convidou a todos para serem mais “sem vergonha”.


Foto 3 - Alex Garcia e os participantes da palestra em Candido Godoy

Seremos mais “sem vergonha” e aCastellana”

Alex destaca que em Santana do Livramento, logo depois do encerramento um senhor cego disse: - Alex depois de hoje seremos mais “sem vergonha”. E em Cândido Godoy um rapaz com deficiência pediu a palavra e disse: - Alex! Gostei muito das palavras e a nota é 10, e aproveito para cantar “Castelhana se você me ama...me ama ...”.

São para estes momentos que vivo. São estes momentos que me dão forças para manter a caminhada, destaca Alex Garcia.


Foto 4 - Alex Garcia e o homem com deficiência de Cândido Godoy que cantou “Castellana”

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